sexta-feira, abril 23

Suícidio

Suicídio, não pense nisso
Nem mesmo por brincadeira...
Um ato desses resulta
Na dor de uma vida inteira.



Por paixão, Quím afogou-se
Num poço de Guararema.
Renasceu em provação
Atolado no enfisema.
Matou-se com tiro certo



A menina Dilermanda.
Voltou em corpo doente,
Não fala, não vê nem anda.
Pôs fogo nas próprias vestes


Dona Cesária da Estiva...
Está de novo na Terra
Num corpo que é chaga viva.
Suicidou-se à formicida


Maricota da Trindade...
Voltou... Mas morreu de câncer
Aos quatro meses de idade.


Enforcou-se o Columbano
Para mostrar rebeldia...
De volta, trouxe a doença
Chamada paraplegia.

Queimou-se com gasolina



Dona Lília Dagele.
Noutro corpo sofre sarna
Lembrando fogo na pele.
Tolera com paciência
Qualquer problema ou pesar;
Não adianta morrer,
Adianta é se melhorar.



Poema de Conélio Pires
Extraído do Livro: Astronautas do Além

2 comentários:

  1. Seria cômico se não fosse trágico...

    mas confesso que alguns risos não pude evitar, foram mais fortes que eu... haha

    Bela escolha guria. até.

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  2. Um pouco trágico....mas é sobre suícidio né. Assim, quem ler este texto, vai pensar duas vezes antes de tentar um suícidio....mas é cômico mesmo, pois tudo que é trágico tem seu lado cômico.

    Até mais Tati.

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