domingo, agosto 22

Cárcere II

Qual o pior cárcere? Para alguns é a solidão.
Somos prolixos para comentar sobre o mundo em que estamos, mas emudecemos diante do que somos. Por isso, vivemos o paradoxo da solidão. Trabalhamos e convivemos com multidões, mas, ao mesmo tempo, estamos isolados dentro de nós mesmos. Existem pessoas que têm grande cultura, são consideradas intelectuais, mas parecem imutáveis em seu orgulho, agressividade, impulsividade e ansiedade. São prisioneiras e infelizes. São assim por não saber conviver com outras pessoas, não sabem compartilhar as desventuras e aventuras desta vida.
A vida humana possui valor inestimável, mas maioria leva uma vida superficial e insignificante. Tão superficial, que a fina camada de pele que cobre nosso corpo, tem servido de parâmetro para discriminar seres humanos de cores diferntes. Tão insignificante, que vivem quase que exclusivamente em função do TER e não do SER, ou seja, em função de ter dinheiro, sucesso social, em bom carro, estar sempre na moda, mas não em função de serem alegres, tranquilos, coerentes, tolerantes, humildes, afetivos, solidários. O "ter" em muitos casos é uma prisão inglória. De nada adianta "ter" sem "SER".
Todos nós devemos deixar momentaneamente nossos problemas, preocupações, necessidades e até mesmo as angústias e vazios existenciais e nos colocar diante de outro ser humano, mesmo que seja uma criança recém nascida, ou uma pessoa idosa na fase final de sua história de vida. Gastemos tempo contemplando as pessoas, mas façamos esta contemplação de coração aberto(com a alma). Se fizermos isso, será impossível não vislumbrar como a vida que possuímos, independente dos problemas, é encantadora, a humanidade é encantadora e enigmática.
Temos que aprender mais com a natureza(com todos os seres). Mas ao invés de ficar no isolamento da solidão, quem sabe vamos comungar mais com a natureza?
A vida é muito curta para ficarmos aprisionados em nós mesmos...

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