domingo, junho 6

Poema do Reencontro

Quando os amantes se separam, deveriam
Ser confinados em galáxias incomunáveis
Até cicatrizar o corte do Adeus.

O reencontro sangra.

Qual felinos, deveríamos demarcar nosso território,
Urinando rancor e saudade, nos ramos de nossa solidão.

A secura do deserto, se instaura na garganta.
E dos olhos saltam as sete quedas do desconsolo.
O algodão das nuvens que passam, ameniza o padecimento.
Um dia seremos competentes para sorrir de nosso soluço,
E lembrarmos a noite em que quebramos o pé da cama.

Mas existe um álbum de retratos.
Fecho os olhos, e o mar me alcança teu corpo dourado.
Os galos da aurora começam a ciscar os pátios da noite.
O amor em nós resiste, qual folhagem entre pedras.

Partes.
A quietude se estabelece sobre a casa dos sonhos desfeitos.
É preciso retirar as árvores tombadas de sobre os fios da memória
E consertar o telhado avariado pelos vendavais.

Que os anjos protejam nossa despedida...

Nenhum comentário:

Postar um comentário